Diferença entre Periculosidade e Insalubridade: Impactos na Vida do Trabalhador

A saúde e segurança no ambiente de trabalho são temas cruciais para garantir o bem-estar dos colaboradores e evitar acidentes ou doenças ocupacionais. Entre os conceitos fundamentais nesse contexto estão a periculosidade e a insalubridade, que se referem a situações distintas que podem afetar a saúde dos trabalhadores. Neste texto, exploraremos as diferenças entre esses dois conceitos, o impacto na vida do trabalhador e os cuidados que a empresa deve ter em ambos os casos.

O que é Periculosidade?

Periculosidade diz respeito às atividades ou operações que, por sua natureza ou métodos de trabalho, implicam um risco acentuado à integridade física do trabalhador. Esse risco pode ser decorrente de exposição a substâncias inflamáveis, explosivas ou radioativas, bem como atividades que envolvam contato com energia elétrica de alta voltagem ou armas de fogo, por exemplo.

A caracterização da periculosidade ocorre mediante laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, de acordo com as normas regulamentadoras e legislações trabalhistas vigentes. Os trabalhadores que exercem atividades perigosas têm direito a um adicional de remuneração, conhecido como "adicional de periculosidade", que deve ser pago em percentual estabelecido por lei.

O que é Insalubridade?

A insalubridade, por sua vez, refere-se às condições de trabalho que expõem o colaborador a agentes nocivos à saúde, como produtos químicos, ruídos excessivos, calor ou frio extremos, radiações ionizantes, entre outros. A caracterização da insalubridade também é realizada mediante laudo técnico, que avalia a intensidade e a natureza do agente agressivo presente no ambiente de trabalho.

Assim como na periculosidade, os trabalhadores que estão expostos a condições insalubres têm direito a um adicional de remuneração, conhecido como "adicional de insalubridade". O percentual do adicional varia conforme o grau de insalubridade a que o trabalhador está exposto (mínimo, médio ou máximo).

Qual o Impacto na Vida do Trabalhador?

O impacto na vida do trabalhador exposto à periculosidade ou insalubridade pode ser significativo. A exposição a riscos perigosos pode levar a acidentes graves, como explosões, incêndios ou choques elétricos, resultando em lesões permanentes ou até mesmo em fatalidades. Por outro lado, a exposição prolongada a condições insalubres pode ocasionar doenças ocupacionais, como problemas respiratórios, auditivos, dermatológicos e outras enfermidades relacionadas ao ambiente de trabalho.

Além dos impactos físicos, a exposição a situações perigosas ou insalubres pode afetar o bem-estar emocional dos trabalhadores, gerando ansiedade, estresse e até mesmo transtornos psicológicos, decorrentes do medo constante de acidentes ou da preocupação com a saúde.

Quais Cuidados a Empresa Deve Ter com o Colaborador em Ambos os Casos?

A empresa tem o dever de garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus colaboradores, independentemente da atividade desenvolvida. No caso da periculosidade, é fundamental que a empresa forneça equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e realize treinamentos específicos para conscientizar os funcionários sobre os riscos e a maneira correta de lidar com as situações perigosas.

No que diz respeito à insalubridade, é essencial que a empresa adote medidas para eliminar ou reduzir a exposição aos agentes nocivos. Isso pode incluir o controle da emissão de substâncias tóxicas, o isolamento acústico de máquinas ruidosas, a implementação de sistemas de ventilação adequados, entre outras ações preventivas.

Além disso, a empresa deve promover exames médicos periódicos para monitorar a saúde dos trabalhadores e identificar precocemente possíveis doenças relacionadas ao trabalho. O engajamento dos colaboradores em ações de prevenção e segurança também é fundamental para garantir a eficácia das medidas adotadas.

O que a Ergonomia Fala sobre o Assunto?

A ergonomia é uma ciência que estuda a relação entre o ser humano e o ambiente de trabalho, buscando otimizar essa interação para promover o conforto, a segurança e a eficiência nas atividades laborais. No contexto da periculosidade e insalubridade, a ergonomia desempenha um papel relevante na identificação de riscos ergonômicos que possam agravar as situações de perigo ou insalubridade.

Por exemplo, na manipulação de substâncias perigosas, a ergonomia pode indicar a melhor forma de realizar o manuseio para reduzir o risco de acidentes. Já em ambientes insalubres, a ergonomia pode sugerir ajustes na organização do trabalho, nos equipamentos e nas condições ambientais para minimizar os efeitos prejudiciais à saúde dos trabalhadores.

A periculosidade e a insalubridade são conceitos distintos, mas ambos têm um impacto significativo na vida do trabalhador. A exposição a situações perigosas pode levar a acidentes graves, enquanto a exposição a condições insalubres pode ocasionar doenças ocupacionais.

As empresas têm o dever de adotar medidas preventivas e protetivas para garantir a segurança e a saúde de seus colaboradores. Isso inclui a implementação de equipamentos de proteção adequados, a realização de treinamentos e ações de conscientização, bem como a identificação e eliminação de riscos ergonômicos.

Por fim, é fundamental que os trabalhadores estejam cientes de seus direitos e denunciem qualquer situação de periculosidade ou insalubridade que possa comprometer sua saúde e bem-estar. A colaboração entre empregados e empregadores é essencial para criar ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis, promovendo assim o bem-estar de todos os envolvidos.