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Economizar em avaliações quantitativas pode fazer perder dinheiro
Infelizmente, boa parte dos profissionais de segurança do trabalho não se dá conta disso, mas economizar em Avaliações Quantitativas pode fazer perder dinheiro.
Mas o que é Avaliação Quantitativa?
É o processo utilizado para avaliar os riscos ocupacionais. E como processo científico que é, envolve planejamento, metodologia e desenvolvimento conforme determinam as legislações, instruções técnicas e boas práticas.
No Brasil, a principal metodologia para avaliação de agentes ou riscos ocupacionais são as Normas de Higiene Ocupacional (NHOs), criadas pela Fundacentro.
Por que é importante?
Através da Avaliação Quantitativa, temos a possibilidade de avaliar os riscos ocupacionais e entender se são agressivos às pessoas presentes no ambiente de trabalho. Para determinar isso, fazemos medições (o tipo de quantidade de amostras pode variar conforme o agente a ser avaliado) e comparamos com os limites de tolerância previstos (principalmente na NR-15) ou, na ausência, as diretrizes da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH).
Por que economizar nas avaliações pode fazer perder dinheiro?
A razão é simples e óbvia. Uma avaliação de risco pobre pode fazer com que os agentes de risco não sejam identificados e controlados. Não identificá-los corretamente pode trazer problemas, como:
– Doenças do trabalho: quando um agente não é corretamente avaliado, pode afetar o trabalhador, levando a empresa a uma série de percalços, como indenizações, contratação de mão de obra substituta ou sobrecarga nos demais trabalhadores da equipe.
– Ações legais: o funcionário pode procurar a Justiça do Trabalho em busca do pagamento de adicional de insalubridade ou em busca do direito à aposentadoria especial
– Ações regressivas na justiça devido ao adoecimento de trabalhadores
– Fornecer EPI mesmo sem necessidade ou não fornecê-lo quando necessário
– Pagar exames médicos ocupacionais sem necessidade ou não fazer os necessários
Como economizar sem perder qualidade?
É possível economizar (mas não muito), sem perder qualidade no serviço. É importante fazer um bom reconhecimento do agente de risco, e para isso, é preciso:
– Conhecer profundamente o posto de trabalho do trabalhador
– Conhecer a rotina de trabalho
– Conhecer as metodologias de avaliação ambiental para o agente que está presente no ambiente
– Definir número de amostras
– Definir a duração de cada amostra: o ideal seria fazer avaliações de período completo, mas nem sempre isso é possível. Portanto, é importante atenção nesse item.
Falando de avaliação de ruído, a projeção da dose só deve ser utilizada quando o avaliador entende que o ruído no ambiente tem pouca variação durante a jornada de trabalho, daí a importância de conhecer o ambiente.
Quando o ambiente possui variação, muitos profissionais adotam a dosimetria (avaliação quantitativa de ruído) em pelo menos 80% da jornada de trabalho. Se o ruído no ambiente tem variação de intensidade, é inconcebível fazer uma avaliação de ruído de três horas, por exemplo, e projetar o restante da dose.
A NHO 1 da Fundacentro, no item 6.1, diz que “havendo dúvidas quanto à representatividade da amostra, esta deverá envolver necessariamente toda a jornada de trabalho”.
O caminho mais fácil é sempre ir projetando de qualquer maneira, mas isso abre o caminho para uma série de problemas posteriores.
Conclusão
Com base em estudos estatísticos e em tudo o que vimos aqui, podemos escolher os trabalhadores que melhor representam a exposição dos riscos dos demais que estão presentes no mesmo ambiente, e assim coletar menos amostras (mais economia) e, mesmo assim, mantendo a confiabilidade técnica.
Economizar em avaliações quantitativas pode te fazer perder dinheiro, principalmente quando essa economia não leva em conta critérios técnicos e a realidade do ambiente de trabalho. Não fazer pagamento de adicional de insalubridade quando devido, ou fazê-lo indevidamente, não depositar o valor referente à aposentadoria especial ou fazê-lo indevidamente, tudo isso pode acontecer por falta de avaliações ambientais ou por avaliações de qualidade duvidosa.
Outro ponto importante é lembrar que uma avaliação de risco pobre pode permitir que agentes agressivos não reconhecidos ou avaliados adoeçam os trabalhadores. Descobrir tarde pode sair bem caro!
Fonte: http://http://revistacipa.com.br/economizar-em-avaliacoes-quantitativas-pode-fazer-perder-dinheiro/