Escritório sem ergonomia é um grande risco.

Porém, os escritórios podem não ser tão inofensivos como parecem. Isso porque não são todas as empresas que aplicam as regras da ergonomia para prevenir doenças e acidentes ocupacionais. O fracasso desses ambientes administrativos está relacionado ao mau planejamento desses espaços. Os problemas decorrentes das atividades profissionais em escritórios surgem de forma silenciosa e gradativa, devido à exposição contínua a pequenos fatores do dia a dia que, se acumulados, podem transformar-se em graves doenças, como lesão na coluna, lombalgias, má circulação, tendinites, estresse, fadiga física e mental, dores musculares, irritação nos olhos e, principalmente, a lesão por esforço repetitivo.

Segundo o ergonomista Ricardo Serrano, tecnologista da Fundacentro, alguns aspectos devem ser observados, como a importância do nível da iluminação, temperatura interna, ruído, mobiliário adequado, posicionamento do monitor para as mãos, braços, bem como o apoio para os pés. Há, inclusive, um item na norma regulamentadora 17 (que trata de ergonomia), que diz que o teclado do computador deve ser independente e oferecer mobilidade. “Assim, o trabalhador pode ajustar o teclado na posição que quiser. Verificamos também que algumas empresas ‘engessam’ o teclado, colocando-o numa plataforma, e o trabalhador não consegue movê-lo para frente e para trás, de um lado para outro. Isso, além de estar infringindo a NR 17, faz com que a pessoa não tenha opções de ajustar o teclado no seu posto de trabalho, e esse ajuste é bastante importante”, explica Serrano.

Além disso, o trabalho intenso no computador sem pausas para descanso e mudança de postura pode causar prejuízo à saúde. Serrano lembra ainda a importância da organização do ambiente de trabalho para garantir maior conforto, segurança e produtividade.

A superfície de trabalho deve ser a menos poluída possível e limpa, para facilitar a parte cognitiva dos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora. Outro fator relaciona-se à anatomia humana e antropometria (dimensões do segmento do corpo), pois tudo precisa estar adequado à biomecânica. Se não há organização física e cognitiva, fatalmente o empregado ficará sujeito a distúrbios psicofisiológicos e não terá como desenvolver seu trabalho com conforto, segurança e eficiência.

No entanto, a segurança dos ambientes de escritório inclui ainda cuidados com materiais elétricos, como fios desencapados, sobrecarga das tomadas, uso de produtos químicos que podem causar alergias e problemas de pele, acessos a áreas de trabalho, que devem ser mantidas limpas e livres para evitar acidentes.

Outro fator que merece atenção é a limpeza periódica dos aparelhos de ar condicionado e dos dutos do sistema de ar refrigerado central. Esses equipamentos podem ser focos de proliferação de bactérias e causar a chamada ‘síndrome dos edifícios doentes.

Fonte: http://segurancaocupacionales.com.br/escritorio-sem-ergonomia-e-um-grande-risco/
 

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