Qual a diferença entre dor nas costas e dor na coluna?

 

Dores na região são, cada vez mais, frequentes e afetam não somente pessoas com idade mais avançada. O público mais jovem (incluindo crianças e adolescentes) também manifesta queixas recorrentes nos consultórios médicos. Mas nem toda dor nesta região implica a existência de um problema mais grave.

A dor nas costas, geralmente, está associada a fatores musculares ou problemas em algum órgão do corpo. No primeiro caso, tensões ou lesões musculares podem ser responsáveis pelo início da dor, sendo ocasionadas por trabalhos repetitivos ou que exijam um esforço físico muito intenso. Nestes casos, a dor nas costas sinaliza uma sobrecarga que compromete a região.

Doenças em outras áreas do corpo também podem comprometer a região das costas. Um exemplo é a osteoporose que consiste na redução de densidade da massa óssea e que atinge mais comumente as mulheres. Essa doença metabólica pode causar dores frequentes nas costas. No caso das doenças renais, a maioria não causa dores lombares, mas o surgimento de pedras em um dos rins ou nas vias urinárias, assim como alguns casos de infecção urinária, pode acabar resultando em intensa dor na região com a irradiação, inclusive, para a virilha.

Os sintomas podem envolver espasmos, sensação de cansaço, fadiga, reações dolorosas que podem incomodar – ou até atrapalhar algumas atividades – ao longo do dia, dentre outros.

Já a dor na coluna está relacionada a problemas ósseos: alterações degenerativas nos discos intervertebrais ou articulações; escorregamento de vértebras; desvios dos eixos normais da coluna; acometimento da coluna por patologias como hérnia de disco, artrose, estenose do canal vertebral, osteofitose, dentre outras doenças.

Os sintomas são ainda mais fortes: a dor pode irradiar para outras áreas do corpo, como pernas, braços, nádegas, etc. Em alguns casos, a dor na coluna pode ser considerada incapacitante, reduzindo significativamente a qualidade de vida do indivíduo. Também é comum a perda de sensibilidade e uma sensação de queimação/formigamento na região (que também pode irradiar).

EQUILÍBRIO PÉLVICO
Você já ouviu falar em equilíbrio pélvico? Talvez, não. Mas, certamente, sabe o que é a dor na coluna. Geralmente, o problema surge em decorrência de alguns hábitos mantidos no dia a dia, como passar muito tempo sentado ou adotar uma má postura ao sentar ou andar, por exemplo. São comportamentos dessa ordem que acarretam o desequilíbrio pélvico, um problema que pode se tornar crônico.

O homem passou por uma grande evolução física e biológica para chegar ao que é hoje. Foram quatro milhões de anos nesse processo. Ele se distanciou do macaco com o desenvolvimento do cérebro e, consequentemente, com as aptidões neurais e motoras. O cérebro cresceu e, com isso, a caixa craniana também aumentou de tamanho. Assim, a bacia teve de se adaptar aos novos diâmetros da cabeça. O novo formato da bacia determinou uma nova postura para o homem e novas curvaturas para a coluna vertebral. Com a evolução e o desenvolvimento, o homem passou da posição quadrúpede para bípede, a bacia ficou mais larga, passou a receber mais carga do nosso tronco e isso fez com que os músculos posteriores do quadril e das costas se desenvolvessem com mais força e volume.

Quando os homininaes andavam de quatro pés, os músculos do quadril eram finos, longos e não suportavam grandes cargas. Eles contribuíam para o movimento e deslocamentos nas árvores e muito pouco para estabilizar o tronco. Trazendo essas transformações ósseas, musculares e biomecânicas (mecânica do movimento humano) para os dias atuais, devemos ter a consciência do que seja uma boa postura e um bom equilíbrio do nosso corpo. A palavra equilíbrio é muito bem empregada nesse contexto, pois, quando temos uma má postura, seja em pé ou sentado, significa que estamos desequilibrados. Para toda falta de equilíbrio, será necessário um esforço maior dos nossos músculos para nos mantermos estabilizados. Esse maior gasto energético e excesso de trabalho dos nossos músculos irão gerar compressões nos nossos ossos e articulações, causando, assim, lesões e dores. A pergunta que fazemos é: será que estamos andando em uma corda bamba e não sabemos?

Por milhões de anos, o homem evoluiu sua postura e, a partir do momento que a nossa estrutura óssea parou de evoluir, adquirimos curvaturas e posturas que nos protegem durante a vida. Porém, com a tecnologia e a modernidade, os nossos gestos corporais e posturais mudaram de maneira radical nos últimos 50 anos. O automatismo, a internet, as especificidades profissionais e muitos outros fatores fizeram com que as pessoas ficassem mais paradas. Cada vez mais, trabalhamos realizando tarefas pontuais, de movimentos repetitivos e de pouca variação. Estamos nos movimentando menos. Falamos com o mundo a qualquer momento sem dar um só passo. Podemos ficar em casa com um celular na mão para resolver todos os problemas de casa ou do trabalho, existe controle remoto para tudo e carro automático não é mais objeto de luxo. Estamos parados literalmente. Se a geração dos anos 1950 fizer uma analogia com os dias atuais, perceberá como essas mudanças foram radicais e como estamos estáticos. Até o homem do campo trocou o cavalo por uma moto. Ficar sentado é a palavra de ordem, ou melhor, a postura de ordem.

POSTURA ERRADA AO SENTAR

A posição sentada é, sem dúvida, um grande vilão para a humanidade e para as alterações dos ângulos do quadril e da coluna. Os estudos comprovam que as alterações desses ângulos são os principais causadores de dores, de lesões degenerativas e, consequentemente, de cirurgias na coluna vertebral.

No momento em que conseguimos nos manter em uma boa postura, ou seja, o nosso corpo não está para frente nem para trás nem para os lados. Isso significa que estamos bem posicionados no espaço e os nossos músculos estão trabalhando muito pouco, economizando energia. Essa economia muscular e articular é o que podemos chamar de equilíbrio pélvico, equilíbrio do nosso corpo.

Muitas pesquisas têm mostrado a importância do equilíbrio pélvico, principalmente quando observamos o homem de perfil. O posicionamento do quadril tem uma influência significativa em toda a postura da coluna vertebral. Os estudos comprovaram que, quanto mais próximo o indivíduo estiver da faixa de normalidade do equilíbrio pélvico, os músculos trabalharão com menor esforço. Menor tensão irá acontecer, haverá menor compressão nos discos e menor gasto energético.

Costumamos falar para os pacientes que normalmente têm esse desequilíbrio postural, principalmente os que têm o tronco projetado um pouco mais para frente, que não adianta tratar apenas a dor ou melhorar os movimentos específicos da coluna. O mais importante é manter a coluna alinhada.

Equilíbrio econômico através de pêndulos

Esse alinhamento é fácil de constatar, basta apenas fazer uma foto de perfil e verificar se o seu tronco está projetado para frente. Você poderá usar também um fio de prumo partindo do ouvido e verificar se ele passa pela linha média do ombro, no trocânter maior do fêmur, joelho e tornozelo.

É importante que os profissionais de saúde e os pacientes entendam a importância e a necessidade da correção desses alinhamentos. A permanência de um tronco projetado para frente, ou seja, fora da linha de gravidade, é ter a certeza de que os pacientes não irão melhorar e os episódios de dor irão voltar. Pesquisadores procuram, cada vez mais, comprovar que os ângulos existentes na coluna e na bacia são de grande relevância para o entendimento das lesões e das dores nas costas. Encontrar o melhor equilíbrio da bacia e da coluna é a saída para esse mal que persegue a humanidade.

Para um melhor entendimento do nosso equilíbrio e da nossa postura, é importante sabermos como funcionam os músculos das costas e do quadril nesse contexto. A musculatura é a parte do nosso corpo que promove movimentos, proteção e estabilidade. Temos dois tipos de músculos que mantêm a nossa postura. O primeiro grupo são os mais profundos ou posturais. Como o nome diz, são mais internos, ficam próximos à coluna vertebral, são menores, têm funções específicas, auxiliam poucos movimentos e suportam nossas cargas e “abusos” com mais facilidade.

Eles economizam o trabalho do segundo grupo, que são os músculos externos, também chamados de dinâmicos. As características fisiológicas das fibras musculares dos músculos profundos são de grande resistência. Por isso, eles protegem e estabilizam a nossa coluna com mais facilidade.

Como você se senta? Quanto tempo você fica sentado por dia?

A relação das duas respostas poderá ser a causa das suas dores. Você sabia que uma sentada errada poderá fazer com que você perca todas as curvaturas da coluna de uma só vez? Evite ficar com a sua coluna em C ou sentar em cadeiras que tenham um assento muito grande. Os maiores vilões são os sofás “confortáveis”, que nos obrigam a sentar de forma extremamente errada.

– A escolha da cadeira é extremamente importante.
– Sente-se com o bumbum próximo do encosto da cadeira.
– Os calcanhares devem alcançar o chão.
– Mantenha a curvatura lombar, para ajudar, você pode colocar uma pequena almofada nesta região.
– Se for ler ou escrever, é importante que a cadeira tenha braços. Desta forma, os músculos superiores dos ombros ficarão relaxados.

ESFORÇO DO CORPO PARA MANTER NOSSO EQUILÍBRIO

1 – A gravidade puxa o corpo para frente.

2 – Imediatamente músculos dinâmicos (externos) começam a trabalhar para nos manter em pé e puxar o corpo para trás.

3 – Mas os músculos externos não aguentam muito tempo de trabalho e logo fadigam, e começam a ficarem espasmos.

4 – Esse trabalho em excesso causa uma compressão da coluna e, por consequência, compressão dos discos intervertebrais.

É importante frisar que outros fatores ou alterações mecânicas (como artrose no quadril, artrose no joelho, uma perna maior que a outra, pés com deformidades, fraturas nos membros inferiores etc.) também poderão comprometer o equilíbrio da coluna vertebral. Mais uma vez fica claro que dar atenção ao paciente, ouvir tudo o que ele tem para nos contar sobre suas lesões do passado e dores atuais, além de fazer um questionário pertinente às nossas buscas clínicas serão a chave para um bom tratamento e para orientações precisas.

Uma das saídas para um programa preventivo de lesões degenerativas da coluna é encontrarmos as alterações da bacia e da coluna vertebral nas crianças e realizarmos tratamentos posturais que possam restabelecer as curvaturas normais e o melhor equilíbrio pélvico-lombar. Nos dias atuais, as crianças estão ficando mais tempo paradas e sentadas. Podemos estar passando por transformações sem notarmos. Os ângulos que determinam nossa postura podem estar se alterando e a população deve ser esclarecida para se envolver nesse processo.

O mais importante é que pacientes e profissionais tenham consciência desses ângulos e posturas, que busquem esse ponto de equilíbrio. Ele é o ponto de partida para os tratamentos e principalmente para a prevenção das lesões degenerativas. Com o entendimento da nossa postura e das possíveis lesões, fica claro também que a fisioterapia é mais ampla e complexa – diferente dos que pensam que reabilitar coluna é simplesmente infiltrar, estalar as costas e dizer que “colocou a coluna no lugar”, colocar o paciente em algum aparelho e pronto! Entender a doença, os sintomas, o mecanismo da dor e o paciente é fundamental para traçar um plano individual de tratamento. Uma vez que o paciente foi diagnosticado com alguma discopatia degenerativa, cabe ao fisioterapeuta definir o critério de escolha do tratamento. Essa triagem vai compreender aproximadamente oito condutas fisioterapêuticas que poderão ser usadas isoladamente ou em conjunto. Desse modo, fica claro que aquela fisioterapia que é feita igual para todo mundo dificilmente vai funcionar.

Dica

Você tem duas maneiras para saber como estão as suas assimetrias ou postura sem sair de casa. Veja:

1º – Tendo um espelho de bom tamanho no seu quarto, será possível detectar as diferenças existentes no seu corpo. Retire a sua camisa, fique de frente ao espelho e compare essas partes do seu corpo:

– O nível das orelhas;
– Se a cabeça está inclinada;
– Se os mamilos estão na mesma linha;
– A simetria dos quadris;
– Se os pés são chatos ou cavos;
– Se os joelhos estão para frente.

Com outro espelho, você poderá também observar o seu perfil, ou seja, o lado esquerdo e direito. Neste caso, o mais importante é o alinhamento da cabeça com o ombro, quadril, joelho e pé. Como também, observar as três curvaturas: cervical, torácica e lombar.

2º – Você pode, também, pedir para um familiar lhe fotografar de frente e perfil. Ao finalizar, verifique se existem as diferenças em questão.

O QUE FAZER AO SENTIR DOR NA COLUNA
Dores na coluna podem revelar simples contraturas ou distensões musculares de tratamento mais simples ou mesmo natural. Desse modo, mudanças ergonômicas no ambiente de trabalho, postura correta em todas as atividades do dia a dia, prática regular de atividades físicas, alimentação balanceada, são algumas atitudes que previnem o aparecimento de dores nas costas. Uma vez instaladas, as dores podem ser tratadas com o uso de alguns medicamentos sob prescrição médica. Entretanto, é importante alertar para os riscos da automedicação. Utilizar analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares é perigoso, principalmente, se o paciente não sabe ainda a causa das dores nas costas e não recebeu uma prescrição médica adequada de medicamentos.

Dores provenientes de algum problema na própria coluna, normalmente, implicam um tratamento mais atencioso. Como, em muitos casos, pode estar relacionada a patologias graves, o paciente deverá ser atendido por um especialista em coluna e, somente após o diagnóstico preciso, será direcionado ao melhor tratamento para o seu caso.

Nunca ignore uma dor na coluna, procure sempre por ajuda médica! Quando você conhece a real causa da dor, o tratamento se torna eficaz e seguro. E lembre-se: investir em hábitos preventivos é sempre a melhor opção.

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